quinta-feira, 6 de abril de 2017

Conheça João Dória Pai, o “Goebbels do Dendê”


Fonte: IdeaFixa
Subestimar um ser humano não é das melhores atitudes, mas no contexto em que estamos, é bom “esquecer” o Lula! Não gostaria de entrar no mérito de especular se ele vai ser candidato, vai ser preso ou o PT lançará alguma candidatura fraca e deixará a sua militância “livre” para apoiar algum outro candidato como os intragáveis Ciro Gomes e Marina Silva. O alvo de todo conservador para o ano de 2018, sem nunca esquecer qualquer tipo de opção que pode aparecer no cenário esquerdista, se chama João Dória Jr, ou o Sheik Dória, o potencial candidato oficial da Irmandade Muçulmana.
O atual prefeito de São Paulo, ele sim, é o grande perigo para qualquer conservador, por mais que ele esteja sendo vendido por aí como uma figura diferente, “como um outsider” da política, alguém com perfil diferente em seu próprio partido, etc. A única coisa que Dória Jr consegue ser é um tremendo dum vendedor de sonhos, um marqueteiro que usa de suas técnicas no mundo político para enganar uma verdadeira horda de imbecilóides que conseguem ainda acreditar que dentro do partido do FHC uma pessoa com o perfil que anda sendo vendido por aí teria condições sequer para concorrer à prefeitura de São Tomé das Letras.
E para se falar de Dória Jr é necessário primeiro falar sobre suas origens. Além de seu bisavô e de um parentesco com a família de Rui Barbosa, este artigo vai se preocupar com João Dória Pai. Segundo o que está no Verbete Biográfico do mesmo[1], o soteropolitano João Agripino de Costa Dória iniciou a sua vida política durante o Estado Novo, como serventuário da Secretaria de Fazenda e Tesouro da Bahia no biênio 1937-38. Depois de sair desse cargo, tornou-se redator-chefe do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda baiano, uma sucursal que havia em todas as unidades federativas brasileiras do famigerado DIP, além de ser oficial-de-gabinete do interventor Landulfo Alves, que posteriormente foi um dos deputados que mais defendeu a Lei n°2.004, lei esta responsável pela criação da Petrobrás[2]. Em outras palavras, tornou-se uma espécie de Goebbels do Dendê.
Avançando alguns anos, em que trabalhou na Standard Propaganda e finalmente criou a Dória Associados Propaganda, filia-se ao Partido Democrata Cristão (PDC) em 61 e assume o cargo de Deputado Federal como suplente no ano de 1963, fazendo parte da Frente Parlamentar Nacionalista (pra quem não sabe, no contexto brasileiro o nacionalismo é quase que um eufemismo para esquerdismo), grupo este que apoiou as patacoadas que João Goulart batizou como “Reformas de Base”.
Como o Goebbels do Dendê tinha uma posição tão proeminente em um grupo que no mínimo estava dando base para que Jango pudesse instaurar uma segunda versão do Estado Novo com um “upgrade” marxista, foi um dos primeiros parlamentares cassados logo no Ato Institucional n°1, no dia 10 de Abril de 1964, e assim enfrentando um “doloroso exílio” em Paris durante 10 anos.
E logo na volta ao Brasil, inaugurou por aqui o Instituto Mind Power, junto com o ex-deputado José Aparecido de Oliveira[3], que fazia parte da “Bossa Nova da UDN”[4], uma facção com tendências mais esquerdistas e “nacionalistas” dentro da legenda de Carlos Lacerda. Outro parêntese também é preciso ser feito sobre esse parceiro de negócios, que dirigiu o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais, foi secretário particular de Jânio Quadros, fazendo parte da comitiva que visitou Fidel Castro em Cuba, da mesma forma que Dória pai teve o mandato cassado na contra-revolução de 64 e, em 1982, voltou com tudo na condição de Secretário de Cultura do então governador mineiro Tancredo Neves, se destacando por promover o Fórum Nacional de Secretários da Cultura. Tal destaque lhe catapultou ao cargo de ministro de Estado de Cultura, convidado pelo próprio Tancredo. Ainda no governo Sarney, foi “convidado” a ser governador do Distrito Federal por três anos e ainda teve pique para voltar a encabeçar o MinC no crepúsculo do decrépito mandato do presidente-poeta.
Somente estes fatos sobre o pai, que era político e formou uma “network” um tanto curiosa, já seriam o suficiente para derrubar com a facilidade que se derruba uma torre de cartas a aura de “outsider” que Dória Jr criou para si, pois suas relações promíscuas com o Estado remontam dos tempos do Goebbels do Dendê. Tirem vocês as suas próprias conclusões.

Fontes:
[1] http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/joao-agripino-de-costa-doria
[2] http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/landulfo-alves-de-almeida
[3] http://www.museuvirtualbrasilia.org.br/PT/personalidades.php?ator=jose
[4] http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/jose-aparecido-de-oliveira