terça-feira, 14 de novembro de 2017

Quem será Luciano Huck em 2018? Ou: saiba o que ocorreu em Belém nas eleições de '16 e entenderá '18!


Os apresentadores Luciano Huck e Úrsula Vidal
Muito se está falando sobre uma candidatura do apresentador Luciano Huck. Há quem diga que o tucano Dória Jr já seja carta fora do baralho e o estamento burocrático tenha escolhido no global sua maior esperança de repetir por aqui o que ocorreu na França com Macron, com direito até a se utilizar do mesmo marqueteiro. Mas será que é realmente isso?
Bem, este que vos escreve, sabe-se-lá por qual razão, nasceu em Belém e viu, ano passado, um candidato com perfil um tanto parecido com o de Jair Bolsonaro perder uma eleição que estava praticamente vencida, morrendo na beira da praia diante de um psolista que votou pela permanência de Dilma e um tucano que está no vergonhoso rol dos nossos piores prefeitos. Óbvio que tal derrota improvável foi uma soma de vários erros do mesmo, e elencá-los aqui me forçaria a me prolongar muito, mas um deles foi o de não perceber algo que, modéstia à parte, este que vos escreve já tinha cantado a pedra: havia naquele ringue uma pessoa que tinha entrado exatamente pra, em algum momento dos debates, derrubá-lo ou, como ocorreu, dar o golpe de misericórdia que restava pra removê-lo de um segundo turno que fatalmente venceria. Me refiro à Úrsula Vidal, disputante à prefeitura pela Rede Sustentabilidade.
Úrsula, filha de dois militantes da Aliança Libertadora Nacional, uma típica representante de quem sofreu em razão da "luta pela democracia" empreendida por seus progenitores, jornalista bem-sucedida e dona de uma voz marcante, apareceu de repente como candidata pela legenda de Marina Silva e se mimetizou entre outros disputantes até o momento em que foi acionada, logo no debate da TV Liberal, o último do primeiro turno e o de maior audiência, para vender ao eleitorado uma espécie de caricatura esquerdopata do saudoso Dr. Enéas e também para atacar o candidato Éder Mauro, já em queda livre pelos seus tropeços de campanha, desferindo o tal golpe de misericórdia ao adentrar em questões de gênero e de propriedade privada, que infelizmente não foram respondidas de uma maneira tão clara para um eleitorado mais ignorante, que comprou com muita facilidade, na última hora, o discurso da "outsider" e a levou a um surpreendente terceiro lugar.
Mas por que diabos falar da eleição ocorrida na capital em que, segundo a sabedoria popular do sudeste, os jacarés andam pelas ruas? Pelo simples fato de ser muito possível que o globalismo tenha utilizado tal disputa como um laboratório para 2018, e tudo aquilo que serviu pra derrubar o virtual vencedor pode muito bem ser utilizado, já que, da mesma forma, em qualquer cenário de segundo turno o atual deputado Bolsonaro venceria qualquer candidato. Que não somente a equipe do mesmo esteja atenta a isso como também a direita deve considerar, a partir de ontem, que todo cuidado é muito pouco.