sábado, 25 de março de 2017

Como agir contra o desarmamento do cidadão de bem?

Às vésperas de mais "manifestas" no país inteiro, que com certeza serão capitalizadas em prol da classe política, matutei um pouco sobre o que deveria ser o tema principal, sem qualquer outra pauta embutida pelos testas-de-ferro do estamento burocrático: o fim do desarmamento do cidadão de bem. E mesmo aqueles que tratarão do tema, ficarão restritos ao "estatuto do desarmamento", que é só parte do processo final de restrição ao porte de armas, processo este que dura desde a ditadura Vargas.
Pensando sobre esse processo cronológico, lento e gradual, de redução dos direitos do cidadão comum ao porte de armas, me veio à mente que nos dias atuais este problemaço que atenta contra a dignidade humana (se não fosse assim, não seria uma das meninas dos olhos de TODAS as ditaduras) é sustentado por um tripé: as restrições que competem ao Exército Brasileiro, a centralização na Polícia Federal e as leis do Executivo e do Legislativo. E convenhamos, separar o problema em partes torna as coisas bem mais fáceis para nós!
Logo de início temos o problema do R-105, o mais antigo e mais "insignificante", já que no regime militar ele vigorava e o cidadão tinha direito a comprar seu "três-oitão" na Mesbla sem muitas burocracias. E por ele ter a aparência de "insignificante", creio eu não ser tão difícil pressionar os figurões fardados para que elas possam reduzir as restrições que saíram da cabeça de militares. Esse tipo de coisa os grupos intervencionistas podem fazer sem grandes dificuldades, principalmente aqueles que moram em Brasília e tem fácil acesso aos comandos militares espalhados no país inteiro. E caso alguns creiam que as organizações internacionais impossibilitem uma intervenção militar, o primeiro passo pode ser o simples ato de respeitar o resultado do referendo de 2005.
O segundo pé vai ser a Polícia Federal, que no momento está de lua-de-mel com o povo brasileiro por causa das operações de combate à corrupção. Tais fatos até geraram um clamor popular por uma PEC em prol da independência da mesma. Ok, a ideia até parece ser boa e apoiamos, agora nos falta lembrar que há o nosso lado também: o lado do cidadão que quer ter o porte de armas mas é barrado pela mesma Polícia Federal. Ou é pedir muito algo que seria uma retribuição pelo clamor popular a favor deles? Caso contrário, a gente poderia deixar eles apanhando de políticos e de comentaristas patrocinados por JBS e BRF, né?
Por fim, caso a gente conseguir colocar do nosso lado o Exército e a Polícia Federal, que no final das contas detém o poder coercitivo, o pé mais frágil não vai se equilibrar sozinho sem ter na prática o poder das armas, e no fim das contas o tal do desarmamento civil vai se desmontar como uma torre de cartas. Mas claro, tem gente que quer fazer o processo contrário. E quer que eu seja sincero? VÃO MORRER TENTANDO!

quarta-feira, 15 de março de 2017

Temer, o Gorbachev brasileiro!

Assistindo o hangout promovido pelo Nas Bundas, digo, NasRuas, tive um insight ao ouvir o show de baboseiras soltadas pela militante Carla Zambelli: a ex-benfeitora do FEMEN me parece a versão de sinal trocado daquelas figuras pitorescas do marxismo que ainda vivem com a cabeça na Guerra Fria, e não conseguem fazer um raciocínio da conjuntura política levando em consideração as condições atuais. Suas palavras soltam uma visão de política brasileira que já foi ultrapassada, e a disputa entre PT/PSOL e PSDB/DEM só existe nessas mentes pueris.
Antes que alguém venha interpretar minhas palavras como as de alguém que crê piamente numa briga verdadeira no ponto de vista ideológico entre estas legendas, saibam que estão redondamente enganados. Sei que ambos os lados são marxistas, mas a questão aqui reside na disposição da disputa política que existia até o momento do afastamento de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, que mesmo sendo um teatro revolucionário, ainda assim manifestava um certo antagonismo prático. Porém, passado quase um ano, podemos dizer que esse cenário se dissolveu com os fatos que passaram a aparecer.
Temer apareceu com "a caneta de presidente" agindo como se fosse Mikhail Gorbachev, propondo Perestroikas e Glasnosts para um público sedento por mudanças. Tal qual o careca da testa manchada, o "Corvo Jubileu" enganou com seus ardis, derrubando a "Cortina de Ferro" que aí estava desde 1994 e substituindo por uma "Cortina de Fumaça" e, principalmente, derrubando a disposição político-partidária bipolarizada e trocando-a por uma "multipolarizada".
Os efeitos da "multipolarização partidária brasileira" ficaram expostos nas eleições municipais de 2016, em que vimos um verdadeiro show de horrores: desde o partido que aliciou Bolsonaro se aliando ao PCdoB no Maranhão até mesmo o apoio descarado que o PMDB de Jader Barbalho, o partido do golpe, deu ao PSOL nas eleições municipais de Belém no segundo turno. Sem contar é claro o ato camaleônico da esquerda radical, que praticamente baniu o vermelho e passou a adotar outras cores mais "fashion".
Enquanto essas bizarrices e mais outras que nos reservam para o ano que vem, teremos que aturar como "formadoras de opinião" essa gentalha que raciocina a política de maneira binária e ainda não se tocou que a Glasnost brasileira está sendo tocada à toda velocidade.