quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Vai dar tudo certo... Palavra de quem viu tudo dar errado!

Cada um despertou a seu tempo, mas posso dizer que pelo menos pude admirar Enéas enquanto ele estava vivo. Com isso lhes conto, ou refresco a memória, que aquele período de 2006 até aquela perguntinha capsciosa da Preta Gil, nada parecia conspirar a nosso favor.
O Dr Enéas acabou sendo acometido por uma Leucemia e seu partido morreu com a cláusula de barreira. Justo no momento em que poderia aproveitar a internet, as coisas conspiraram para o triste fim de ser absorvido pela legenda de Waldemar da Costa Neto e ter seu justo descanso.
Outras duas figuras do nosso time nos deixaram em 2009. Clodovil mostrou logo a que veio, chamando deputada de feia, arrepiou para cima da turma do orgulho g4y, mas foi morto em condições misteriosas. Alborghetti, que é praticamente o pai fundador dos comunicadores do nosso lado, aproveitou pouco da rede mundial de computadores, também nos deixou.
Todos os três, coincidentemente, foram visitados pelo anjo da morte quando a internet de alta velocidade se popularizava e os usuários começavam a viralizar suas mitadas, seja as armazenadas em fitas VHS, seja o que ocorria "just in time". Deixaram um legado indelével, mas ficamos com aquele gostinho de que poderia ser mais com a inclusão digital.
Posso dizer que passei por essas três mortes, tive aquele sentimento de que tudo conspirava contra nós, e nenhuma liderança nos sobrava. Chegamos ao ponto de ver no Demóstenes Torres, que conseguia destoar um pouco no teatro das tesouras, essa figura possível de se ter a esperança de tirar o PT do poder.
Porém, como sempre diz o Coronel Enio Fontenelle, a mão de D'us sempre aparece no meio do caminho e nos dá a bendita trapalhada do programa CQC, que tentou, da forma mais porca, incriminar um deputado decadente e uma direita praticamente órfã de posibilidades de poder.
Naquele dia estava assistindo o programa. Me surpreendi quando ouvi o nome que, graças às comunidades do Orkut, não me era estranho mas nem dava a menor bola de saber um pouco mais. Tudo mudou quando ficou patente a manipulação porca empreendida pelos editores. Aquilo deu mídia instantânea ao cara que tinha sido eleito no voto proporcional.
Aquilo parecia ter caído do céu. Éramos, na internet, como maçons, em ciclos fechados de admiradores de Olavo de Carvalho, a voz que clamava no deserto em um mundo de desilusões. Só que aquele programa em rede nacional mexeu com a alma coletiva do brasileiro. Criou sentimentos de nojo em quem carrega a mentalidade burguesa nojenta e criou, em quem não abre mão da alma coletiva brasileira, curiosidade e admiração de forma instantânea.
O "estrago" tinha sido feito. Quanto mais tentavam emendar, pior ficava e a bola de neve chegou ao ponto em que agora estamos, com um sujeito dispondo da internet, tanto pra ter sua campanha difundida em tudo quanto é lugar que tiver um smartphone conectado na internet, quanto para receber o feedback do seu eleitorado e evoluir numa velocidade que assusta até o catedrático Paulo Guedes.
Quanto a hoje, concluo que depois de ter passado por tudo isso, ao ver um vice até melhor que o cabeça da chapa, me sinto no paraíso. Vejo aqui que mesmo o pior de todos os cenários não nos impedirá de chegar no destino final. Vai dar tudo certo, pode acreditar!

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