quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Os sovietes, na prática, já existem no Brasil

No ano de 2014, um decreto de Dilma Rousseff, que almejava a criação de uma Política Nacional de Participação Social, causou um tremendo fuzuê no cenário político da época. As semelhanças daquilo com os "sovietes" russos eram assustadoras, e tal ideia foi, para nossa sorte, derrubada por causa da forte pressão popular. Na teoria, nos livramos daquele plano maquiavélico, mas e se disser que os sovietes já funcionam em solo brasileiro e você não sabe?
Tudo começou com a Nova República e, mais precisamente, com o seu marco principal: a famigerada Constituição de 1988, que de tão explicada muito bem em artigos de fácil acesso, dispensa comentários mais detalhados em relação ao seu teor maligno. Apenas vou me ater ao fato de que esta, apesar do carinhoso apelido de "Constituição Cidadã", diminuiu na prática a participação do cidadão e aumentou de forma drástica o poder daqueles que estão com cargos eletivos e seus subordinados diretos.
Em tempos anteriores, os militares e agentes de segurança pública não precisavam estar dentro do Congresso para lutarem por seus interesses na forma de uma "bancada da bala", o agronegócio não precisava de uma "bancada ruralista" que os representasse e nem os cristãos precisavam da "bancada da Bíblia". Mesmo que estes três exemplos citados estejam mais próximos da "direita", e sem citar, por exemplo, bancadas que defendem os interesses de LGBT's, negros, mulheres, etc.
Daí podemos ver que, desde as câmaras municipais ao senado, a divisão não ocorre mais em razão das ideias que os grupos defendem, mas sim as classes que estes representam, o que torna redundante qualquer projeto que queira ressuscitar no âmbito teórico os sovietes, pois esta disposição infelizmente já existe por aqui.

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